Trabalhadoras e trabalhadores do asseio e conservação são recebidos no Palácio Anchieta após ato contra atrasos de salários
Uma nova reunião será marcada para os próximos dias entre o Sindilimpe-ES, a Sesa, a Sedu, a Casa Civil e os membros da comissão formada nessa terça-feira (27) durante o protesto
Trabalhadoras e trabalhadores terceirizados do asseio e conservação que atuam pelas empresas Conservadora Juiz de Fora (CJF), no contrato da Secretaria de Estado da Educação (Sedu); e Servinel Comércio de Serviços Gerais, no contrato da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizaram um ato nessa terça-feira (27) cobrando mais rigor na fiscalização dos contratos do Governo do Estado com empresas terceirizadas e garantia dos empregos, uma vez que há sinalização da nova gestão de que haverá cortes nessas contratações da ordem de 25%, contrariando o slogan de campanha do governador Paulo Hartung que convidava a todos para que recebessem o abraço do Paulo. As/os manifestantes foram recebidos no Palácio Anchieta.
O ato, organizado pelo Sindilimpe-ES, foi iniciado às 10 horas na praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, e a categoria decidiu em assembleia, realizada no local, fazer uma passeata até o Palácio Anchieta, seguindo pela avenida Jerônimo Monteiro, para tentar uma audiência com o governador Paulo Hartung.
Na frente da sede do Governo do Estado, a categoria, após novo ato público, subiu as escadarias gritando palavras de ordem como “Paulo Hartung, cadê você, nosso salário queremos receber”.
Em seguida, o secretário em exercício da Casa Civil do Governo do Estado, Roberto Carneiro, recebeu uma comissão de 10 trabalhadoras, incluindo as diretoras do Sindilimpe-ES, Evani Reis e Madalena Garcia. Durante o encontro ficou definido que será marcada uma reunião para os próximos dias entre o Sindilimpe-ES, a Sesa, a Sedu, a Casa Civil, a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), e os membros da comissão formada nessa terça-feira (27) durante o protesto.
Atrasos
Mais de 1,2 mil trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da limpeza que atuam pelas empresas Conservadora Juiz de Fora (CJF), nos contratos com a Sedu; e pela Servinel Comércio de Serviços Gerais, no contrato da Sesa, estão sofrendo, desde 2014, com recorrentes atrasos de salários, de auxílio-alimentação e vale-transporte.
A manifestação teve como objetivo cobrar do Governo do Estado uma fiscalização mais eficaz desses contratos e de outros que venha a firmar, resguardando os direitos e dignidade das trabalhadoras, dos trabalhadores e de suas famílias, chamando a atenção da sociedade para uma situação rotineira, em que empresas acusam o Governo do Estado de não pagamento dos contratos e na qual o ônus sempre vai para a conta das funcionárias e dos funcionários.
O caso mais recente e grave se refere à Servinel que só quitou os salários de dezembro e o décimo terceiro no dia 16 de janeiro. Por conta disso, as trabalhadoras e trabalhadores chegaram a paralisar as atividades em algumas unidades deixando hospitais sem limpeza. Os problemas nessa empresa já se arrastam há seis meses.
Sedu
Em novembro de 2014, diante dos problemas da empresa CJF, a Sedu assumiu a responsabilidade pelos pagamentos das trabalhadoras e dos trabalhadores da terceirizada, com mediação do Ministério Público. Isso ocorreu porque desde outubro de 2014 os salários, auxílio-alimentação e vale-transporte vinham sendo atrasados. Como o contrato será encerrado no dia 2 de fevereiro de 2015 o Sindilimpe-ES já está tomando providências para que as rescisões das trabalhadoras e dos trabalhadores sejam pagas pela Sedu mediante entrega dos contratos rescisórios pela CJF.
Os atrasos recorrentes obrigam funcionárias e funcionários a pagar contas com juros, expondo-os a constrangimentos como cobranças, problemas de alimentação e ameaças de despejo, entre outros. Apesar disso, as multas por descumprimento do contrato que deveriam ser pagas às trabalhadoras e trabalhadores, conforme previsto em convenção coletiva, não foram depositadas pelos responsáveis e devem ser cobradas na Justiça.
Em nota, a diretoria do Sindilimpe-ES solicita ao Governo do Estado que intervenha na solução desses problemas. “Os trabalhadores devem ser prioridade em qualquer Governo, e a nova administração do Estado do Espírito Santo deve primar por cumprir os compromissos assumidos com os trabalhadores durante a campanha eleitoral”, diz a nota.
Tags:slider