A persistência da desigualdade de gênero na distribuição do trabalho doméstico
Segundo as autoras, mesmo com a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho e com a contribuição do salário feminino, elas continuam sendo responsabilizadas pelas tarefas domésticas, persistindo uma divisão pouco igualitária do trabalho doméstico
“Novas e velhas tensões na articulação entre trabalho e família nas regiões metropolitanas”, estudo de Maria Coleta de Oliveira e Glaucia Marcondes, mostra ser sempre extensa a jornada semanal feminina em horas dedicadas ao trabalho doméstico-familiar.
Segundo as autoras, mesmo com a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho e com a contribuição do salário feminino, elas continuam sendo responsabilizadas pelas tarefas domésticas, persistindo uma divisão pouco igualitária do trabalho doméstico, como mostram o gráfico e tabela abaixo.
Em torno de 90% das mulheres de 16 a 59 anos declararam realizar trabalhos domésticos em todas as regiões metropolitanas (RMs) pesquisadas, enquanto entre os homens essa porcentagem varia de 40 a 60%. Em termos de horas, as mulheres ocupadas respondem por uma jornada média em afazeres domésticos três vezes superior à dos homens, com as maiores diferenças verificando-se quando há presença de filhos.
Tal quadro pouco se alterou entre 2002 e 2012, período compreendido no estudo das autoras.
Fonte: Fundação Perseu Abramo.