Campo e cidade reafirmam: o alimento é o elo de unidade da classe, durante o VI Encontro Estadual do MPA no ES
“A alimentação é um ato humano incomprimível, ela não desapareceu na história e não desaparecerá”, afirma a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leile Teixeira, na abertura do VI Encontro Estadual do MPA no Espirito Santo. O encontro que iniciou nessa terça, 30 de junho na cidade de Vitória (ES), tem envolvido em torno de 25 organizações urbanas, sindicatos e parceiros do MPA, além dos mais de 300 camponeses e camponesas organizado no Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, juntos, deram início ao VI Encontro Estadual do MPA no ES que seguirá até essa quinta-feira, 02 de junho.
O VI Encontro está sendo realizado no Centro Sindical dos Bancários na capital, onde pela primeira vez o MPA realiza seu Encontro Estadual, as demais edições aconteceram em municípios da região, norte, sudoeste e serrana. Nessa edição, o debate da Aliança Camponesa e Operária ganha centralidade na atividade que contou com a contribuição dos professores da UFRJ, Mauro Iasi e Leile Teixeira no painel de conjuntura.
O professor Mauro Iasi afirma que o momento que estamos vivendo marca um fim de ciclo, que no Brasil se abriu no final da Ditadura Civil-Militar, “o dilema da conjuntura é que o capital está em crise, mas essa crise está sendo jogada nos ombros da classe trabalhadora”, relata Mauro. No entanto o professor afirma em plenária que, “não será possível nenhuma alternativa de transformação que não venha da base da sociedade”.
Já Leile Teixeira, afirma que debate do alimento deve ser centralidade na atual conjuntura, “na cidade consumimos o que está a nossa disposição e na maioria das vezes o que comemos são alimentos multiprocessados, parece comida mas não é comida”, reforça Leile que ainda destaca, é necessário recuperar o elo que liga o campo e a cidade. A professora afirma que é fundamental vermos o alimento para além de sua capacidade nutricional, “muito mais que proteínas e sais minerais nos alimentamos de manga de limão e isso tem um rastro cultural muito forte”, relata Leile.
Leile Teixeira ainda alertou sobre os problemas causados pelo agronegócio na humanidade, “a entrada do capital na agricultura, marca um novo momento, pois é a partir disso que o que comemos começa também a nos matar, o agronegócio é uma violência contra o solo, a água e o corpo humano”, concluiu ela.
Movimento realiza Ato de Lançamento Estadual do seu I Congresso Nacional
Sem dúvidas o primeiro dia de debates do encontro marcou os camponeses e urbanos presentes, sobre tudo pelo Ato de Lançamento do I Congresso Nacional do MPA que será realizado em São Bernado do Campo (SP) em outubro deste ano. Para Heider Boza do Levante Popular da Juventude o congresso é um ato de construção coletiva, “o MPA é um grande exemplo para nós que vai além de palavras, temos o mesmo horizonte de luta e para nós o congresso é um ato de construção coletiva”, afirmou Heider.
Para Thiago de Vasconcelos do Sindibancários, é muito importante o movimento abordar em seu primeiro congresso um tema tão necessário para a luta de classes do nosso país, além de afirmar a vontade de participar do congresso, “estamos muito animados com os rumos desse congresso e esperamos em outubro já estar com as passagens garantidas”, afirmou o bancário.
Para Beto Ribeiro da direção nacional do MPA, o congresso retoma uma pauta histórica da Classe Trabalhadora, “O congresso do MPA retoma uma pauta histórica na luta de classes e nesse processo de aliança, o fator concreto que faz o elo entre o campo e a cidade é o alimento”, relata Beto. Aqui se faz necessário destacar, que no ato de lançamento do congresso também estiveram representantes da Consulta Popular, Associação dos Geógrafos do Brasil e Sindilimp.
Por Comunicação MPA.
Fonte: site do Movimento dos Pequenos Agricultores.
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