Funcionária ganha 3 mil por ser chamada de gorda

Condenação surgiu após gerente ofender auxiliar de serviços gerais na frente de outros funcionários

Uma auxiliar de serviços gerais, trabalhadora de uma empresa terceirizada, conseguiu na Justiça uma indenização de R$ 3 mil por danos morais após ter sido chamada de gorda por seu gerente no ambiente de trabalho e na frente de colegas. A ação judicial foi impetrada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação do Espírito Santo (Sindilimpe-ES).

A trabalhadora conta que após mudar de endereço, passou a viver longe do trabalho e precisou pedir vale-transporte. O benefício, no entanto, não foi concedido de imediato e ela bancava as passagens do próprio bolso.

X., que não quis se identificar, disse que ia a pé para o trabalho, sem vale-transporte (foto: Ricardo Medeiros)

X., que não quis se identificar, disse que ia a pé para o trabalho, sem vale-transporte (foto: Ricardo Medeiros)

Após três meses esperando, ela perguntou a situação do benefício ao seu gerente quando teve uma surpresa. “Eu disse a ele que tinha vindo a pé para trabalhar (pela falta de vale-transporte). Ele disse que era bom porque estava gorda e assim emagrecia. Todo mundo riu”, conta ela.

Ofendida e humilhada, a auxiliar procurou a Justiça e conseguiu indenização por danos morais de R$ 2 mil na primeira instância. Após recursos, o valor foi elevado para R$ 3 mil. Procurado no fim da tarde de ontem pela reportagem, o diretor da empresa informou que teria de fazer um levantamento do caso para se posicionar – e isso não poderia ser feito ontem.

A advogada do Sindilimpe-ES, Poliana Firme de Oliveira, explica que casos como esse acontecem diariamente. “O grande problema é comprovar. Muitos casos acontecem longe de colegas ou em frente a quem ainda trabalha no local e tem medo de testemunhar e perder emprego. É muito triste”.

O juiz do trabalho Ney Pimenta destaca que quem responde a ação é sempre o empregador, pois ele é responsável pelos empregados. “A empresa tem que fazer cessar as ofensas de forma imediata, dando uma advertência ou até demitindo. O empregador tem direito de reclamar do empregado, mas não tem direito de ofender nem de denegrir a capacidade dele”.

Entrevista

“Na hora não falei nada, mas me senti humilhada”

A auxiliar de serviços gerais disse que, após ser humilhada por seu gerente na frente dos colegas, chorou muito.

Esse gerente já havia falado algo ofensivo antes desse desrespeito?

Já tinha acontecido outros tipos de brincadeiras, mas nunca na frente de todo mundo. Eu sempre deixei por menos. Esse gerente nunca tinha falado nada desse tipo para mim. Trabalhava lá há 11 meses.

O que motivou ele a te ofender?

Quando eu comecei a trabalhar lá, não precisava de vale-transporte porque morava perto. Mas depois que me mudei, passei a precisa e fiquei três meses pagando a passagem do meu bolso. Um dia estava com minhas amigas no pátio e disse a ele que tinha vindo a pé para trabalhar. Ele disse que era bom porque estava gorda e assim emagrecia. Todo mundo riu.

Como foi sua reação?

Na hora não falei nada, mas me senti constrangida e humilhada. Eu sei que sou gordinha mas ninguém tem direito de me julgar pela aparência. Depois, chorei muito. Passado esse dia, já tinha ouvido falar que poderia procurar a Justiça e fui atrás dos meus direitos. Logo depois, eles me mandaram embora porque falei que ia para a Justiça, mas alegaram que foi corte de gastos.

Como se sente após a decisão de Justiça?

O ganho da ação não paga a humilhação que eu senti, mas é uma questão de justiça mesmo, pelo menos serve para que eles vejam que estão errados, tanto que depois o gerente foi mandado embora.

Fonte: Gazeta Online.

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