Greve dos trabalhadores em limpeza pública tem adesão de 85% da categoria
Paralisação atinge 10 municípios no Estado do Espírito Santo
A greve dos trabalhadores em limpeza pública que atuam em empresas terceirizadas no Espírito Santo já tem a adesão de cerca de 85% do total de trabalhadores e atingiu os municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari, Anchieta, Marataízes, Linhares e Colatina.
O movimento grevista, que é por tempo indeterminado, começou no início da manhã dessa quinta-feira, 9, e foi deflagrado após decisão em assembleia, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Espírito Santo (Sindilimpe-ES), realizada nessa quarta-feira, 8. Na ocasião a proposta de reajuste de 5,26% de aumento nos salários e no auxílio-alimentação, oferecida pelos empresários, foi rejeitada.
No estado há, aproximadamente, 4.500 garis em empresas terceirizadas, sendo que cerca de 4 mil estão parados. A coleta de lixo hospitalar continua mantida normalmente.
Há um impasse nas negociações. No dia 1 de abril uma reunião entre o Sindilimpe-ES e as 25 empresas que atuam no setor no Estado, realizada na Superintendência Regional do Trabalho, não chegou a um acordo. Os trabalhadores cederam no seu pedido inicial, reduzindo o percentual de aumento nos salários de 12% para 8%, e o valor do auxílio-alimentação de R$ 500,00 para R$ 460,00, mas os empresários não quiseram negociar.
O presidente do Sindilimpe-ES, Ailton Dias, ressalta que a categoria está aberta às negociações, mas que os empresários não querem ceder. “Nós já cedemos no pedido que fizemos inicialmente, mas se o outro lado não ceder em nada, fica difícil fechar um acordo coletivo”, disse.
A categoria também está impactada e prejudicada pelas demissões em massa que estão ocorrendo, como é o caso de Vila Velha. Essa situação aumenta o trabalho para os garis que precisam dar conta de mais serviço com menos trabalhadores.
Entenda o impasse
– No início da negociação, em dezembro de 2014, a categoria pediu 12% de aumento nos salários e auxílio alimentação de R$ 500,00. Hoje o auxílio é de R$ 425,00.
– As empresas apresentaram proposta de 5,26% de aumento para salários e auxílio-alimentação.
– Na reunião do dia 1 de abril, na Superintendência Regional do Trabalho, o sindicato cedeu no seu pedido inicial e o reduziu a 8% de aumento no salário e auxílio alimentação de R$ 460,00, mas as empresas não aceitaram.
– Em assembleia nesta quarta-feira, 8, a categoria rejeitou a proposta das empresas de aumento de 5,26% no salário e no auxílio-alimentação e resolveu entrar em estado de greve.
– Na manhã desta quinta-feira, 9, diante da falta de nova proposta das empresas, a categoria paralisou as atividades por tempo indeterminado.