Sindilimpe-ES participa de plenária de pequenos agricultores
Sindicato reforça a aliança entre trabalhadores do campo e da cidade
O presidente do Sindilimpe-ES, Ailton Dias, o Zuzu, participou da Plenária Estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizada nessa terça-feira (16), em São Mateus. O evento contou com uma palestra do professor Guilherme Delgado, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra) que falou sobre “Dinâmicas e Perspectivas do Campesinato no Brasil e no Espírito Santo”.
O Sindicato foi convidado para a plenária por ser um parceiro da luta dos camponeses que reforça a aliança dos trabalhadores da cidade com os trabalhadores do campo. O presidente Ailton Dias reafirmou esse compromisso e salientou que na base da categoria estão muitos trabalhadores com origem no campo e que, portanto, têm parte de suas vidas permeada pela cultura camponesa.
Ainda durante o evento o Sindilimpe-ES se colocou à disposição para debater com o MPA um processo que faça chegar à mesa do trabalhador da categoria alimentos saudáveis produzidos pelas camponesas e pelos camponeses do Espírito Santo.
O evento contou, ainda, com a presença de representantes dos sindicatos dos Bancários e dos Comerciários, de Escolas Famílias Agrícolas, da Raccefaes, da APTA e do MST.
Palestra
Em sua palestra, o professor Guilherme Delgado expôs dados sobre a conjuntura política e econômica pós-processo eleitoral, além das perspectivas e desafios para a classe trabalhadora da cidade e do campo para 2015, ressaltando que hoje existe um consenso ideológico forjado sobre os direitos de propriedade absolutos no espaço rural e urbano. Ele acrescentou que os formadores de opinião leem a reforma da estrutura agrária contida na Constituição, como se esta se restringisse a um programa residual de distribuição de terras, frisando que essa visão está equivocada.
O professor defende que o fim da mercantilização do trabalho humano passa pela desmercantilização da terra. Para ele é essencial proteger a sociedade da desigualdade fundiária, a natureza da dilapidação, e os grupos étnicos e culturais para os quais a terra é indispensável. Ele acrescentou que esses valores, junto com a proteção das relações de trabalho das tendências regressivas à escravização, são idealmente aceitos pela opinião pública.
Nesse caminho apontou que os trabalhadores do campo devem se aliançar com os trabalhadores da cidade na luta pela preservação da natureza, especialmente da água, apontada por ele como um problema central, uma vez que a falta desse recurso começa a afetar parte das grandes cidades brasileiras.
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