O Sindilimpe-ES lamenta a morte de Jamilly Santos de Carvalho, 31 anos mãe de dois filhos, ocorrida na madrugada desta quinta-feira, 29. A direção do Sindicato se solidariza com a família da auxiliar de serviços gerais (ASG) nesse momento de dor e repudia a violência contra a mulher no Brasil e, em especial, no Espírito Santo.

Jamilly, que era moradora do município da Serra, estava em coma há um ano e vivendo em estado vegetativo desde que foi brutalmente agredida pelo ex-marido, o lavrador Cleilton dos Santos Costa, de 23 anos, contra quem tinha uma medida protetiva. Ele desobedeceu a ordem judicial e bateu a cabeça da vítima contra o chão e a parede durante uma discussão, fugindo em seguida. Meses depois, após ser capturado, confessou o crime à Polícia. Apesar disso, sua prisão temporária venceu e após 30 dias foi posto em liberdade.

A liberdade de Cleilton e a insistência de setores da sociedade e de muitas autoridades em classificar crimes como esse como comuns ou apenas como passionais, sem admitir ou considerar o componente de ódio à mulher e da violência de gênero que motiva o feminicídio, só faz contribuir para que as mulheres estejam cada vez mais em risco.

O Espírito Santo é o estado com a taxa mais alta de homicídios de mulheres negras no Brasil e aparece como o 2º estado com maior taxa de homicídios femininos no país, com 9,3 mortes a cada 100 mil mulheres. Os dados são referentes ao ano de 2013, o mais recente. Em um estado com essa cultura é urgente que medidas de proteção às mulheres em risco sejam eficientes e previnam a violência.

Já passou da hora dos governos mesmo o judiciário adotarem ações e aplicarem políticas públicas efetivas de enfrentamento da violência contra a mulher.

Não queremos apenas que os assassinos e agressores de mulheres sejam presos após os crimes. Queremos mais do que isso. Queremos que as mulheres não sejam espancadas, não sejam mortas, não sejam estupradas, não tenham medo de andar na rua, não sejam culpabilizadas pela violência que sofrem. Queremos mulheres livres e respeitadas.

Que o calvário de Jamilly Santos de Carvalho não caia no esquecimento, mas que a revolta gerada motive a ampliação da luta contra a cultura de violência contra a mulher!

Justiça para Jamilly!

A Diretoria do SINDILIMPE-ES