Prefeitura alegou que não tem responsabilidade quanto à demissão de 200 trabalhadoras e trabalhadores

Dezenas de trabalhadoras e trabalhadores da limpeza urbana de Vila Velha realizaram uma manifestação durante toda essa quinta-feira (12). Eles fizeram uma passeata que saiu da frente da empresa Corpus, localizada no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha, e seguiu até a Prefeitura do município. O ato foi um protesto contra as demissões que ocorreram nas empresas Vital, Serdel e na própria Corpus que deixaram 200 trabalhadores sem emprego. Como não houve acordo, os serviços foram paralisados em toda a cidade.

Diante do posicionamento da administração municipal, a categoria decidiu, em Assembleia, logo após uma reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública no Estado do Espírito Santo (Sindilimpe-ES) e representantes da Prefeitura, manter paralisados todos os serviços de limpeza urbana de Vila Velha, tais como coleta de lixo domiciliar e hospitalar, varrição, capina, jardinagem, limpeza de locais de feiras, entre outros.

O Sindicato exige que as demissões sejam revertidas e que não haja sobrecarga de trabalho para quem continuou trabalhando. A diretora do Sindilimpe-ES Evani dos Santos Reis acrescenta que a demissão em massa que está ocorrendo fatalmente resultará em redução da qualidade e frequência do serviço, resultando em ruas e escolas sujas e alunos com risco de ficarem sem merenda, já que as demissões também atingiram trabalhadoras e trabalhadores da Serdel, que trabalham nas escolas municipais.

A suspensão do trabalho segue até que haja uma solução para as demissões. Nessa sexta-feira (13) haverá novo ato na frente da Prefeitura a partir das 9 horas. Às 15 horas acontece uma reunião no Ministério Público do Trabalho com o Sindilimpe-ES e para a qual serão convocadas a Prefeitura de Vila Velha e as empresas.

Reunião

Após a passeata das trabalhadoras e dos trabalhadores em limpeza pública na manhã dessa quinta-feira (12) que culminou em uma manifestação na frente da Prefeitura de Vila Velha, uma comissão, composta pela diretora do Sindilimpe-ES Evani dos Santos Reis, o advogado do Sindicato Odílio Gonçalves Dias Neto, e por cinco trabalhadores da base, foi recebida para uma reunião com os secretários municipais de Serviços Urbanos, José Eliomar Rosa Brizolinha; de Administração e Planejamento, Pedro Ivo da Silva; de Governo, Ana Emília Gazel Jorge; e de Comunicação Social, Mirela Marcarini. Entretanto, mesmo após a conversa, não houve solução e nem proposta para que as demissões sejam paralisadas e revertidas.

Os representantes da Prefeitura afirmaram não terem pedido demissões às empresas Corpus e Vital, mas reduções de 15% e 12% nos contratos, admitindo que a municipalidade já está devendo pagamentos às prestadoras de serviços. Alegaram, ainda, que diante da redução dos valores pagos pelos contratos, as empresas podem cortar os gastos que considerarem mais adequados, não cabendo ao poder municipal intervir nessas decisões.

As demissões já chegaram ao número de 142, mas os cálculos do Sindicato dão conta de que, ainda nessa quinta-feira (12), esse número pode aumentar para 200, o que, além de deixar desempregados, vai comprometer a limpeza da cidade que já tinha déficit nessa área, uma vez que a categoria não vai aceitar mais sobrecarga de trabalho.

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